Para refletir: Vamos lá! Estudar, votar e rezar | Blog da Omicron

23 de julho de 2018

Estudar é a salvação. 

Alguns não carecem de nenhum método. Estudam como respiram. São curiosos e não se entregam ao senso comum. Acordam fazendo perguntas que, para a grande maioria, parecem besteiras. Questionam o óbvio. Pesquisam respostas para além do Google e das redes sociais.

Eles não esqueceram o caminho para a biblioteca e para o teatro. Mas sim, diferente destas exceções, noto que, infelizmente, muitos adultos abandonam o estudo.

Creem que estudar cabe apenas ao período escolar e que finda-se ao final do ensino superior. Depois disso, os adultos formados se acomodam. Alguns parecem passar por uma "lavagem cerebral", pois deletam 80% de tudo que ouviram.

Comunicadores amam falar que deixaram a Matemática para trás. Engenheiros felizes por não lerem mais Machado de Assis, Fernando Sabino ou Dalton Trevisan. Não que você deve estudar o que não gosta, longe disso. 

Vivenciamos uma década de especialistas incultos


Algumas frases não podem ser ditas, pois referências comuns da cultura ocidental, da narrativa histórica e literárias do ocidente, foram totalmente esquecidas.

Mesmo posições sociais que deviam ser ocupadas por detentores de grande cultura estão repletas de politicagem baixa ou especialistas bitolados e, muitas vezes, que leram chamadas de fake news e não pesquisaram fonte, não leram a matéria e por aí vai...

Uma polícia culta não teria nenhuma dificuldade de respeitar travestis que por ventura estivessem se prostituindo numa esquina. Teriam consciência que somos todos iguais em nossas diferenças, que situações que não cabem julgamentos os levaram até ali e que por detrás das máscaras sociais e máscaras das profissões há uma maneira também de se representar no mundo.

O preconceito é a mais grosseira manifestação da ignorância


O ignorante se crê superior e busca ideologias e grupos sociais onde se sinta à vontade para manifestar suas asneiras. Juntos, eles se tornam altamente perigosos. Fundam partidos, elegem deputados, senadores e querem até, na próxima eleição, eleger um presidente. A inteligência e a cultura nos faz discutir, mesmo em nosso grupo ideológico, e marcar diferenças conceituais, de percepção ou metodológicas. Assim, a inteligência brasileira está fragmentada enquanto a estupidez se une em torno de um único projeto que se alimenta do “não saber”. São orgulhosos. Batem no peito e gritam. Mas asneiras em voz alta ainda são apenas asneiras em voz alta.

Muitos falam que a educação é a solução para todos os nossos males. Sim, em grande parte, ela é. Mas a educação não está presa unicamente às escolas e faculdades. Ela é uma forma de se encarar a vida. Um hábito. Uma constante.

A escola é parte importante da equação, mas o saber não se esconde por detrás dos muros de nossas instituições de ensino. Ele deve ser propagado por todos, para todos e num grande círculo virtuoso. Família, escola, boteco, faculdade, congresso, curso, museu, futebol. Tudo como exercício de uma cidadania de aprendizado. 

O Bial, em seu programa de entrevista, agora, enquanto escrevo no celular este texto, pergunta a Elza Soares: "Você cantava alguma música para o Garrincha?". E ela responde:
“ 'Dindi', ele pedia que eu cantasse 'Dindi.
Sabe' ".

Talvez eu seja um tolo que apenas queria que mais jogadores gostassem de uma música como Dindi, e que menos ignorantes manifestassem suas asneiras políticas como verdades absolutas. 

O que nos resta é ir em frente.

Então, vamos lá! Vamos estudar, cobrar, compartilhar, votar e rezar/apelar/fazer mandiga/(coloque neste espaço o que achar melhor e mais apelativo em tempos difíceis) por um futuro com mais edução e estudo ao longo da vida, incluindo na fotografia. 

Saudações fotográficas, 
Osvaldo Santos Lima 
Professor Diretor da Omicron Escola de Fotografia 

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