Entre fantasias, sambódromos e festas de rua, estão ali: manifestações culturais e religiosas; novas formas de agir e pensar, como a desmistificação e conscientização do feminismo (grazadeus isso tem acontecido e sempre vale lembrar que com ou sem folia, não é não!); críticas aos políticos e até o jargão ou personagem hype da temporada - dizem que, neste ano, os foliões encontrarão muitas Jennifers nos blocos de rua em homenagem ao hit chiclete, interpretado pelo já saudoso Gabriel Diniz. :'( “O nome dela é Jennifer! / Eu encontrei ela no Tinder”.
Carnaval chegando: “Check!”. Fotos de carnaval têm valor documental: “Check!”. Certo... Mas onde queremos chegar com tudo isso? A um exercício de fotografia para fotografar mais e melhor! Leia o artigo até o final para conferi-lo.
Enquanto isso, se você passa longe desse tipo de comemoração e não está convencido do cenário rico que pode encontrar, separamos o trabalho fotográfico de três fotógrafos incríveis para te encorajar a “cair na folia” com a câmera na mão.
3 grandes fotógrafos brasileiros que registraram o Carnaval:
Rogério Reis - Projeto “Na Lona”
Rogério Reis, um fotojornalista raiz, cansado de fotos sobre os carnavais da elite carioca, teve uma brilhante ideia no meio da década de 1980: levar uma lona para o meio dos blocos e transformá-la em um ‘palco’. Neste palco de charme improvisado, ele fazia com que anônimos camuflados em meio aos excessos das multidões carnavalescas se tornassem protagonistas da festa ao posar sozinhos ali. O projeto fotográfico, que mais tarde virou livro, ganhou o nome Na Lona e reúne imagens de “estrelas anônimas” de 16 carnavais.
Nas palavras de Reis, escritas na introdução do livro de fotografia
Na Lona (Editora Aeroplano), “
A lona é a cortina entre o excesso e o que de fato quero ver”.
Confira mais fotos do projeto
aqui.
Fotografia de Rogério Reis, em seu projeto Na Lona.
Fotografia de Rogério Reis, em seu projeto Na Lona.
Ana Carolina Fernandes - Livro “Blocos de Rua do Rio de Janeiro - Volume 02”
Ana Carolina Fernandes não poderia faltar neste top 3. Além de ser um nome de peso no fotojornalismo do país, trazendo flagrantes cheios de contrastes dos nossos centros urbanos, ela é coautora do livro Blocos de Rua do Rio de Janeiro - Volume 02, com texto de Aydano Andre Motta, e fotos de Ana Carolina Fernandes e André Arruda (Editora Réptil).
No livro, você encontra histórias e fotos de dezenas de blocos que fazem a alegria dos cariocas.
Fotografia do livro “Blocos de Rua do Carnaval do Rio de Janeiro - Volume 02”.
Fotografia do livro “Blocos de Rua do Carnaval do Rio de Janeiro - Volume 02”.
Fotografia do livro “Blocos de Rua do Carnaval do Rio de Janeiro - Volume 02”.
Cláudio Edinger - Livro “Carnaval”
Ao retratar o carnaval carioca, o fotógrafo Cláudio Edinger, buscava mostrar como as pessoas eram/são “moralistas e puritanas” durante os quase 365 dias do ano, mas que durante o período de folia “valia/vale tudo”.
Confira o trabalho de Edinger aqui.
Confira abaixo algumas imagens que compõem o livro de fotografia Carnaval (Ed. DBA):
Fotografias de Claudio Edinger, em seu livro “Carnaval”.
Fotografias de Claudio Edinger, em seu livro “Carnaval”.
Fotografias de Claudio Edinger, em seu livro “Carnaval”.
Ah, sim! O exercício para fotografar mais e melhor. Pensaram que tínhamos esquecido, né? Vamos lá!
Exercício de fotografia para o Carnaval
Como vimos no trabalho destes três profissionais brilhantes, o Carnaval oferece um cenário rico e inspirador para a fotografia. Mas antes de pegar a câmera na mão, tenha em mente três coisas: segurança, objetivo e novos desafios!
Segurança
Infelizmente, o nosso país não está entre os melhores listados no quesito: segurança nas ruas. "O que fazer então?! Esquecer o exercício e ficar em casa?" JAMAIS!
A rua é do povo e devemos ocupá-la com nossas câmeras e alegria.
Apenas atente-se a essas dicas:
- MENOS É MAIS. Não leve equipamentos em excesso e sem necessidade, como várias lentes ou flashes. Pense no resultado final que deseja para a imagem e só então separe o que levar. Por exemplo, caso você queira fotografar atrações culturais que envolvem multidões, uma lente grande angular pode ser uma boa pedida ao invés de uma pesada lente tele com um ângulo fechado.
- OPTE POR UMA BOLSA GENÉRICA. Nada de bolsa gigante e chamativa que grite para os quatro ventos "SOU FOTÓGRAFX!". Opte por uma bolsa prática, genérica e que fique "colada" ao seu corpo. Assim, você acomoda tudo o que precisa de forma segura e prática. Dica: para proteger a câmera dentro da bolsa, envolva-a em um tecido.
- VEM, GALERA! Evite sair sozinho para fotografar. Pular com os amigos garante a graça da brincadeira e ajuda a blindar seu carnaval de inconvenientes.
Objetivo
Galera reunida, equipamento separado, protetor solar aplicado e fantasia vestida - ok, essa última parte é opcional. Hehe Chegou a hora de cair na festa carnavalesca! Correto? Não exatamente. Antes de sair disparando cliques, tenha um objetivo.
Crie um objetivo temático para suas fotos.
Garanto que esse foco renderá melhores fotografias mesmo com menos cliques. "Ah! Quero fotografar fantasias hilárias OU manifestações políticas nos blocos OU cores da folia OU os músicos OU simplesmente meus amigos..." Ótimo! Vá em frente!
Novos desafios:
Após escolher um tema, tente limitar o número de fotos. O desafio da quantidade o tornará mais seletivo sobre o quê e sobre como está fotografando.
E você sempre tira fotos do mesmo ângulo? Que tal se agachar ou ir a um prédio para ter outras visões? Isso muda totalmente a perspectiva da foto e também o seu olhar. Vale a pena o teste.
Gostaram? Então, boa folia e boas fotos! ;D