Lições da fotografia de Nomadland (2020) | Blog da Omicron
27 de abril de 2021
"And the Oscar goes to..."
Nomadland (2020) brilhou na premiação do Oscars 2021, no último domingo (25/04), e levou três estatuetas: a de melhor direção para Chloé Zhao, e a de melhor atriz para Frances McDormand e a de melhor filme. ?
E você sabia que nós podemos aprender muito sobre composição e enquadramento com a fotografia deste premiadíssimo longa? Nós falamos sobre isso no Instagram (nos siga @omicronfoto por lá!) e como muita gente gostou, trouxemos a reflexão aqui pro blog. Confira!
Nomadland (2020): ⠀
Sinopse:
Após o colapso econômico de uma colônia industrial na zonal rural de Nevada, Estados Unidos, Fern (Frances McDormand), uma ex-professora viúva, se vê diante da seguinte situação: ela está sem emprego, sem casa e sem auxílio financeiro. Diante de tal situação, ele reúne tudo o que possui em uma van e parte rumo a uma viagem exploratória, fora dos padrões dominantes da sociedade e passa a viver como uma nômade.
A fotografia em Nomadland:
Nomadland nos mostra o quanto o enquadramento e a composição fortalecem o roteiro e auxiliam na transmissão de sensações e sentimentos.
Destacamos aqui alguns pontos do trabalho do diretor de fotografia deste longa, Joshua James Richards, para você levar para seus cliques:
▪ Elementos geométricos (linhas e curvas)
Imagens: Reprodução Nomadland / Fox Searchlight Pictures.
As linhas e curvas reforçam tanto os momentos em que Fern, personagem de Frances McDormand, está em movimento/livre/sem pertencer a um local específico, quanto no momento em que alguma ação padronizada aparece em sua vida, como no emprego temporário de empacotadora.
▪ Ângulo da câmera: de baixo para cima
Imagens: Reprodução Nomadland / Fox Searchlight Pictures.
O ângulo "de baixo para cima" o sentimento de que somos pequenos diante do que o mundo tem a oferecer e que devemos explorá-lo. Em muitos momentos do filme, capta-se mais a vastidão e beleza do céu do que o chão, por exemplo.
▪ Simetria
Imagens: Reprodução Nomadland / Fox Searchlight Pictures.
A simetria auxilia na narrativa sobre a solidão que Fern passa após a perda do emprego e da vida já sem seu marido.
▪ E uma análise extra: o longa traz muito da linguagem documental ao mesclar atores profissionais com pessoas nômades da vida real. Aliás, o autor do livro que serviu de inspiração ao filme, Robert Wells, participa como ele mesmo (Bob Wells).
Esperamos que tenha gostado da análise e que ela possa inspirar suas futuras narrativas visuais.