Fotografia não se aprende com dias, com minutos ou com semanas. É, como todas as formas de expressão, algo a ser lapidado com o tempo e, se você puder contar com um mestre competente, terá um resultado satisfatório mais rápido.
Ao fundar uma escola de fotografia, em uma época que poucos se interessavam pelo ensino na área, o fiz em homenagem aos meus grandes mestres. Professores que me inspiraram a seguir à carreira docente. Sem falar dos livros que eram tratados como objetos quase sagrados e capazes de transformar um mero adolescente em conhecedor dos segredos da fotografia.
Quem leu a trilogia do Ansel Adams sabe do que eu digo. Quem não a leu, por favor o faça o quanto antes. Não! Não há no YouTube um vídeo que diga o que ele disse como ele disse e na profundidade do dito.
Estudei técnica como um louco, encantado pela máquina e pelo ampliador. Pela físico-química das diluições e do manejo laboratorial da imagem no Darkroom. De dia fotografia, na rua, e madrugadas trancado dentro do laboratório. Já naquela época ensinava laboratório preto e branco para alguns que se tornariam bons profissionais da imagem.
Sinto que a fotografia toma novos rumos. Mas fiz questão de acompanhá-los pois nada me apavora mais do que a imagem de uma mentalidade débil em relação às inovações e suas particularidades. Podemos, todos, ser saudosistas. Mas não podemos eleger nossos anos de aprendiz como os melhores! Ou, protegidos pelos cabelos brancos, dizer: Na minha época... Pura arrogância acharmos que em nosso tempo de juventude fotográfica algo era melhor ou mais efetivo.
Pois mais que eu adore meus livros na estante e proteja sua necessária existência eu preciso admitir que o YouTube democratiza o conhecimento. E se pode ler Adams e ver o YouTube. Que mal faz? A pluralidade é fundamental e o medo de mudanças é o primeiro sinal que não foram apenas os seus cabelos que ficaram brancos mas sim sua mente.
Siga em frente até porque não existe retorno.